quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

fim...


Faz um mês que tudo acabou, eu tenho passado os meus dias em casa apenas a olhar as nossas fotos, dia sim, dia não tenho ido ao hospital, tive outra ameaça de aborto. Mas hoje decidi sair de casa e recomeçar a viver, só eu sei como será difícil. Este nosso canto traz tantas recordações, lembro-me da última vez que estivemos cá e das tuas palavras, as lágrimas são inevitáveis e esta dor no peito não sai. Como fomos felizes aqui, será que me estás a ouvir? Espero que sim… quero pedir-te desculpas, mas tem sido difícil continuar a viver sem ti, prometo que vou pensar mais no nosso filho, sim amor, é um menino, tal e qual como querias, vai ter o nome do pai. E de certeza que vai ser forte, corajoso, amigo, lutador, vai ter os teus olhos e esse teu sorriso… a barriga já se nota, devia estar maior, mas emagreci muito neste mês…mas está tudo bem, agora vou comer bem, ah e começar a preparar as coisinhas para ele, pelo menos pensar nisso…
Não imaginas como é difícil fazer planos para o futuro sem ti por perto, sem receber aquele teu piscar de olho quando me querias dizer que tudo iria correr bem, só tu me davas força para superar todos os problemas. Mas Deus quis que o meu futuro fosse sem ti, em contra partida deixou-me ficar com o nosso menino. Agora é ele que me dá vontade de viver, agora é por ele que acordo todos os dias…
Quero que saibas que estarás sempre no meu coração, que te irei recordar para toda a minha vida, e que contarei ao nosso filho como eras, farei com que ele sinta orgulho em ti, tal como eu.
Hoje, olho em meu redor e parece que as flores não são tão bonitas, perderam cor, o sol perdeu o seu brilho… olho em meu redor e aquela alegria que parecia haver acabou. No entanto, pareço ouvir nossas vozes, as marcas ficaram e teu perfume também. Tal e qual como la em casa, nada vai mudar, e não me esquecerei das minhas flores.
Nós somos a prova de que o amor existe… e que a vida tem de ser vivida, pois a vida são dois dias…
Amigos, a vida passa muito rápido e quando damos por ela pensamos no que poderíamos ter feito e não fizemos, por simples vergonha ou medo. Se um dia vocês se tiverem de arrepender, que seja por algo que fizeram nunca por algo que deixaram por fazer.
A vida foge das nossas mãos sem nos apercebermos, por isso não a deixem fugir! Aproveitem-na! Vivam-na! Sejam felizes! Ou tentem ser, nem que seja por pouco tempo!
Mas que esse pouco tempo seja lembrado para o resto das vossas vidas com um sorriso nos lábios.
Amor, nós somos prova disso. Aproveitamos até ao fim, fomos felizes, muito felizes…
Agora resta-me recordar, com um sorriso de felicidade ou uma lágrima se saudade mas recordar todos os momentos que passamos.
Amo-te e amar-te-ei para o resto da minha vida…

sem rumo...


Acordei com a tua mão sobre a minha barriga, olhei para ti e sorri. Tu sorris-te para mim e disseste que eu era a mulher da tua vida, e que estava destinado ser a mãe dos teus filhos e aquela que estaria junto de ti nos bons e maus momentos para o resto da tua vida. Disses-te que já eras o homem mais feliz do mundo, que se o mundo acabasse agora irias morrer feliz. Eu tapei a tua boca, não queria que dissesses mais nada, parecia uma despedida. Mas continuas-te, disseste que eu tinha que saber o quanto me amavas e que te ia dar a coisa mais bonita deste mundo, um filho. Esse seria o símbolo do nosso amor, o resultado de um amor verdadeiro… disseste que estes tinham sido os meses mais felizes da tua vida e que eu te tinha de prometer uma coisa, que faria de tudo para que nada acontece-se ao nosso filho. Eu não queria que falasses mais, já não estava a gostar da conversa, mas prometi. Levantei-me e quis vir embora, também te levantaste, voltei-me para trás já a chorar e disse que eras a razão do meu viver e que não conseguiria viver um dia sem ti; porque só tu me davas força para todos os dias me levantar, só tu me fazias sorrir, só tu me fazias feliz… ficamos parados a olhar um para o outro eu abracei-te com todas as minhas forças e beijei-te. Não sei que se passava ali, devíamos estar a comemorar, não a chorar!
Ainda ficamos assim algum tempo sem falar, abraçados, conseguia sentir o batimento do teu coração, estavas nervoso.
De repente o sol que nos iluminava desapareceu, o céu ficou cinzento e começou a chover. Ficamos a dançar à chuva, tu cantavas a nossa música ao meu ouvido. Depois decidiste fugir de mim, disseste que te tinha de encontrar… corri à tua procura, e não te consegui ver, comecei a chamar-te e a dizer que não estava a gostar da brincadeira. De repente sinto tuas mãos molhadas na minha cara, eu olhei para ti e olhei para o teu rosto molhado, a chuva caía. Disse-te que não queria que fugisses de mim porque tínhamos um filho para cuidar… ficamos ali mais algum tempo e mais uma vez tudo foi nosso. Adoro sentir tua respiração, teus lábios, teu toque, adoro sentir-te ao pé de mim…
Disseste que tínhamos de ir embora, pois poderia adoecer. Entramos no carro, estávamos molhados, peguei numa toalha que estava na parte de trás do carro e tentei secar o meu cabelo. Tu ficaste a olhar para mim. Perguntei-te o que se passava, passaste tua mão no meu rosto e disseste para nunca esquecer que me amavas. Eu disse que nunca me iria esquecer, porque estarias sempre a meu lado para me lembrar.
Começou a chover ainda mais, não gostava nada deste tempo! Eu ia a olhar para ti e com a minha mão sobre a minha barriga e tu às vezes olhavas para mim e sorrias. Que sorriso lindo o teu! Disse mais uma vez que te amava e que íamos começar uma vida nova junto do nosso filho.
De repente um carro foi contra o nosso, e o carro captou. Acho que fiquei desmaiada durante um tempo. Acordei cheia de dores e quando acordei estavas tu ao meu lado cheio de sangue, comecei a gritar e chamei-te. Disseste que tinha de sair dali porque o carro ia explodir. Não conseguia parar de chorar e pedir-te para que saíssemos dali os dois. Eu tentei puxar-te mas não conseguia, disseste pare eu sair dali. Mas disse que não saia dali sem ti. Ou saía contigo ou ficávamos ali os dois. Pegaste na minha mão e pediste por favor, disseste para me lembrar da promessa que te tinha feito, eu prometi fazer de tudo para que nada acontece-se ao nosso filho. Mas naquele momento só pensava em ti. Tu voltaste a implorar para que saísse do carro. Eu não queria, quando estava a tentar sair vi que o cinto estava preso, não sei como, mas tu conseguiste soltar-me. E eu estava a rezar para que não o conseguisses, porque assim não poderia ficar a teu lado. Antes de sair beijei-te; tu sangravas muito, voltaste a dizer para nunca me esquecer de ti e para tomar conta do nosso menino. Eu disse que ia pedir ajuda e que íamos estar juntos. Disse que ainda tínhamos muito para viver! As lágrimas percorriam meu rosto, era inevitável, o cheiro a gasolina era imenso, voltas-te a pedir que saísse. Voltei a beijar-te e dissemos amo-te ao mesmo tempo; piscaste-me o olho. Fiquei confiante e sai do carro. Mal conseguia andar um senhor foi ter comigo e afastou-me do carro, avisou-me que a ambulância já estava caminho. Eu pedi para te irem buscar mas ninguém quis, eu voltei a gritar disse que la dentro estava pai do meu filho e o homem da minha vida mas o que me disseram foi: menina o carro vai explodir, eu também tenho filhos, não posso. Resta-nos esperar e rezar para que cheguem a tempo.
Voltei a implorar e quis voltar para dentro do carro, mas não me deixaram.
De repente, começo a ouvir a ambulância, os bombeiros…mas também ouvi uma explosão era o nosso carro. Eu gritei e tentei ir até la, o senhor continuava agarrar-me, deu-me uma dor muito forte e vi que estava a sangrar. Estava a ver o meu filho e o amor da minha vida a morrer e eu sem fazer nada. As dores eram muitas, mas o meu peito doía mais… eu vi tudo à minha frente. Ainda tinha esperanças de te ver a minha frente. Mas não, perguntei a Deus porque me fizera isto. Um amor tão grande não devia ser destruído. As dores tornavam-se mais fortes, eu não conseguia parar de gritar…
Acordei umas horas depois, já estava no hospital. Quando acordei a enfermeira disse que ia chamar o doutor. Eu perguntei pelo meu filho e ela sorriu e disse que ele estava bem. Olhei para o lado e as lágrimas voltaram, mas um sorriso também, pois nada tinha acontecido ao nosso filho. O doutor chegou e explicou que estava tudo bem comigo e com o menino, no entanto tinha que estar de repouso. Perguntei por ti… deram-me os sentimentos e pediram-me desculpa, mas o carro ardeu e seu marido estava la dentro. Não aguentei, desejei a minha morte, não conseguia perceber tal crueldade. Na minha cabeça estavam as tuas últimas palavras, parecia que sabias o que ia acontecer…
Senti-me perdida, sem rumo, sem vida, sem sentido… sem apoio… só com uma razão para viver o nosso filho. O fruto do nosso amor ficou… tu deste-me este presente, para alem das nossas recordações fiquei com a prova da nossa linda história. Não me esqueço que salvas-te as nossas vidas.
Não sei se vou aguentar, ainda tenho esperanças que isto seja um pesadelo e que acabe por acordar e olhar para o lado e ver-te dormir… mas desta vez é a pura realidade…
Agora resta-me viver sem ti…como? Não sei…

um ano!!!


Sem dúvida hoje é um dia especial… fazemos um ano de namoro. Para admiração de muitos e desgosto de outros mas a vida é mesmo assim. Acordei com um beijo teu e um ramo de flores, tu nunca te esqueces de nada, não é? Foi tão bom, pequeno-almoço na cama, mimos, flores e o melhor de tudo a tua companhia! Disse-te que tinha uma surpresa, mas que só a ias ver mais tarde. Sei que detestas isto, mas tinhas de esperar. Estava tão feliz!
Sais-mos para trabalhar como todos os dias, mas prometemos encontrarmo-nos cedo. Combinei contigo no nosso cantinho. Já ia atrasada, mas não corri decidi ir com calma e contemplar a beleza do nosso cantinho e relembrar alguns dos nossos momentos e como relembrar de como tinha sido feliz naquele sítio. Quando cheguei, estavas sentado mas um pouco inquieto. Sentei-me ao teu lado e dei-te um beijo, olhas-te para mim e percebi que tinhas achado esquisito não trazer nada comigo, pois então a surpresa? E eu a pensar que era eu que te iria fazer uma surpresa, mas foste tu que me surpreendes-te. Quiseste que fosse a primeira a mostrar a surpresa, e depois de tanta insistência, tive que te mostrar. Olhei nos teus olhos, peguei na tua mão e coloquei-a em cima da minha barriga, eu sorri e disse que esta era a minha surpresa. Ficas-te tão feliz, acho que nunca te tinha visto assim, começas-te logo a fazer planos, a beijar-me e a gritar que eras o homem mais feliz do mundo, quiseste saber se era rapaz ou rapariga, mas isso ainda não te sabia responder. Eu sei que adoravas ter um rapaz, ou então, gémeos… agora é esperar. Nunca me esquecerei do brilho do teu olhar e de como choras-te. Disseste que éramos as pessoas mais importantes da tua vida e que irias fazer tudo por nós.
Eu sei que vais fazer tudo por nós e que irias ser o melhor pai de sempre. Abraçaste-me e ficamos calados. Mas lembrei-me que também tinhas uma surpresa para mim, também queria saber. Tu sorris-te e disseste que parecias ter adivinhado, pediste para fechar os olhos e eu fechei; quando pediste para abrir vi uma caixinha pequena à minha frente. Eu sorri já imaginando o que estaria ali dentro. Fiquei muito nervosa, eu abri a caixa e sorri; eram dois anéis, pegaste num deles e na minha mão e perguntas-te se queria passar o resto da minha vida contigo. Mas achas que isso se pergunta? Claro que te disse que sim… depois de os anéis estarem nos dedos quis passar ali a noite. E mais uma noite foi passada ali, naquele lugar que cada vez se tornara mais nosso, e muito especial. Quando estávamos deitados, e eu já quase a dormir tu disseste que querias que o nosso casamento fosse ali, eu sorri e disse que não poderia ser noutro sítio. E adormecemos assim, com a lua a brilhar sobre os dois….
Sem dúvida este foi mais um dia especial… mas com um novo brilho…

vivendo...


Depois do reencontro e de poucas promessas, preparamo-nos para o nosso futuro e para a realidade que tínhamos pela frente. Difícil? Sim é… mas promete-mos seguir os nossos corações. Enquanto passávamos pela rua, parecia estar tudo a olhar para nós, eu sentiam-me bem, sentia que todos viam a nossa felicidade. Os nossos sorrisos demonstravam tudo. Até chegar a casa muita coisa me passou pela cabeça, tanto coisas boas como coisas más, pensei no que tínhamos feito para ali estar, mas pior que isso era o que tínhamos de lutar para continuar… olhava para ti e sorria, mas o medo do que podia acontecer era tão grande. Tinha medo de não conseguir gerir todos os problemas, de enfrentar tantas pessoas, às vezes dou por mim a pensar e não entendo porquê tanto medo. Cometemos algum crime? O amor não escolhe idades, não tivemos culpa, não mandamos nos nossos corações. E se eu mandasse acho que escolheria amar-te… não tenho culpa que a nossa diferença de idades seja um problema para certas pessoas… eu não queria pensar nisto porque prometemos não ligar a terceiros, mas torna-se mais forte…
Estamos mesmo a chegar e qual será a reacção de todos? Respirei fundo, olhei para ti para ganhar força, pois tu dás-me coragem, dás-me força e confiança…tu ao mesmo tempo olhas para mim e paras o carro. Olhas para mim, passas a tua mão no meu rosto e perguntas se podíamos ir, eu respondi que sim com um sorriso. Saímos do carro, fui ter contigo e dei-te a minha mão, tu abraçaste-me, sorriste, piscaste-me o olho e começas-te a andar. Nesse momento não me preocupei com nada, deste-me toda a segurança que precisava.
Recebemos os primeiros olhares e fizeram-nos as primeiras perguntas… mas não te tinhas ido embora? Que se passa aqui? Nós sorrimos e dissemos para se habituarem porque estávamos juntos outra vez e não nos interessava a opinião de ninguém. Acho que deixámos todos com cara de parvos… mas nesse momento nada importava.
Entramos em casa e decidimos que deveríamos explicar a situação apenas às pessoas mais próximas, essas deveriam ter uma explicação e acho que nos iam compreender. Porque isto não é um bicho de sete cabeças!!!! São apenas duas pessoas que se amam e que querem ser felizes, mas tiveram azar/sorte de ter terem uma pequena diferença de idades… não vejo mal, mas para alguns isto põe uma certa confusão.
Depois da conversa com amigos e familiares fiquei muito melhor, acho que compreenderam, agora resta-nos tentar viver…juntos claro…
Já tenho saudades de adormecer e acordar a teu lado, como é bom sentir teu corpo em minha cama, ouvir tua respiração, sentir teu cheiro, dormir abraçada… foi tão bom chegar a casa, estava tudo na mesma, não mudaste nada! O nosso quadro, as fotografias, a mesa… ah e as minhas flores preferidas, nem acredito que te lembraste de tudo! Acabamos por adormecer no sofá abraçados, acho que foi muita emoção por um dia… mas já há muito tempo que não dormia assim…
É bom estar com a pessoa amada… é bom estar contigo… e agora penso que se o destino nos colocou no mesmo caminho e nos fez chegar até aqui, jamais nos separará…

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

acordando para a realidade...



Acordei com a luz do sol sobre mim, abri os olhos e vi as flores, senti aquele cheiro tão bom e inesquecível, ouvia os pássaros cantar… já há tanto tempo que não via o amanhecer do nosso jardim, e sem dúvida o mais bonito…tu sabes… os meus olhos radiavam de tanta felicidade, virei para o lado com esperança de te poder olhar a dormir, adoro ver-te dormir, poder acariciar-te, poder admira-te, por mim passava horas assim… quando olho para o meu lado, tento logo levantar-me e olhar à minha volta. Será que tudo fora apenas um sonho, será que nada aconteceu? Não podia ser, não dava para acreditar, eu tinha teu cheiro no meu corpo, sentia tua presença… não podia ser, acordara de um lindo sonho para um grande pesadelo…
Peguei nas minhas coisas para vir embora, e encontrei a tua camisola, sim era a tua camisola, peguei nela e senti o teu perfume, esse inconfundível… vestia-a e voltei a pegar nas minhas coisas, comecei a andar para sair dali, mas de repente ouço uma voz, a tua voz que chamava por mim. Olhei para trás e la estavas tu…afinal, não foi apenas um sonho, afinal tudo se passou, afinal ali estavas tu e não tinhas ido embora… não saí do meu sítio, tu vieste ter comigo. Trazias flores colhidas no nosso jardim e um cesto. Perguntaste-me se eu ia fugir de ti outra vez e eu respondi que não, e que jamais o iria fazer. Sentámo-nos no chão, deste-me um beijo e abriste o cesto, trazias a minha fruta preferida, tudo o que nós os dois gostávamos. Encostei-me a ti e comecei a comer… depois de alguns segundos sem falar, decidis-te que estava na hora de falar do nosso futuro, eu também já queria ter falado desse assunto, mas não tive coragem para tal… começas-te por falar de tudo o que já tínhamos passado, e foram muitos momentos e sem dúvida muito marcantes, do futuro falamos pouco. Decidimos não fazer planos naquele momento, sentia-mos que nos amávamos e neste momento era o que precisávamos para sermos felizes…
Decidimos ir contra tudo e contra todos, decidimos que a nossa opinião era mais importante que a opinião de terceiros, e que o amor era mais forte que tudo o resto… acaba-mos a conversa com uma pergunta tua e um gesto meu… perguntaste-me se queria tentar ser feliz contigo, eu apenas sorri e beijei-te, achei que não era preciso dizer mais nada, porque há gestos que valem mais do que mil palavras. Levantamo-nos demos as mãos e fomos embora… senti que tudo era meu e que ninguém estava mais feliz que eu… senti que o amor faz falta, senti que era contigo que queria estar e se não for pedir muito, que era contigo que queria envelhecer… mas como combinamos, tudo a seu tempo e viver cada dia de uma vez, nada de pensar no futuro mas tentar viver a vida ao máximo, para que um dia possa dizer que fui muito feliz e que aproveitei tudo o que tinha para aproveitar…
Para poder dizer que vivi, porque a vida é para viver, não para sobreviver!!!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

entre o sonho e a realidade


Voltei ao nosso jardim… depois de muito tempo ter passado, depois de tanta coisa ter mudado… é verdade muita coisa mudou, menos o meu amor e pelo que vejo nem o nosso jardim mudou.
Tudo continua igual, os bancos, as árvores, as flores, a beleza e o mais engraçado, o cheiro. O nosso cheiro ficou… mais uma vez, olho à minha volta e pareço ouvir os nossos risos, pareço ouvir a tua voz a chamar por mim. De repente abro os olhos e vejo aquele vazio, sinto um silêncio que nuca tinha sentido, se calhar porque nunca tinha aqui estado sem ti. Se calhar todo este silencio e este vazio é o reflexo do meu coração, o espelho desta solidão.
Não sei se fiz o que estava certo, mas acho que de nada valeu a pena. Não tive coragem de lutar pelo nosso amor, que parecia proibido, não tive coragem e fui cobarde e hoje arrependo-me. Se calhar tudo podia ter dado certo, podíamos estar felizes…
Será que depois deste tempo todo ainda te lembras de mim? Será que entendeste a razão de te ter deixado? Será que ainda me amas? Será que tal como eu, vês todos os dias as nossas fotos? Acordas e olhas para o lado para ter a certeza que estás sozinho?
E depois de tantas questões acabo igual… com as mesmas dúvidas, com a mesma angústia e com as lágrimas a cairem.
Sento-me de novo no nosso banco a chorar e acabo por adormecer… acordo com a lua a brilhar sobre mim, já anoiteceu, levanto-me e sinto teu cheiro, tua presença… estarei eu a sonhar? Fecho os olhos, respiro fundo. Sinto tua mão na minha face, o meu coração palpita, eu tremo… não me consigo mexer, ter qualquer reacção e muito menos abrir os meus olhos. Estou com medo, talvez de uma desilusão, talvez por pensar que ainda estaria a sonhar…o que seria o mais provável.
Meu coração enche-se de coragem, peguei na mão que me estava a tapar os olhos, afastei-a da minha face, abri os olhos e voltei-me para trás. Os meus olhos brilhavam, por alguns segundos fiquei sem voz e todo o meu sentimento demonstrava-se pelo meu olhar e os meus lábios. Eu sorria e dos meus olhos pequenas lágrimas saiam. Eras tu! Com o mesmo sorriso, o mesmo brilho, o mesmo toque… toquei-te na face e tu na minha e a primeira palavra que consegui dizer foi desculpa… e a primeira palavra que ouvi foi um amo-te… posso dizer que mais uma vez fizeste com que me sentisse a mulher mais feliz deste mundo… os nossos lábios voltaram a tocar-se as nossas lágrimas juntaram-se. Depois olhamos um para o outro sem nada dizer, nestes minutos só duas palavras foram ditas: amo-te e desculpa! Acho que estava tudo dito, pelo menos o mais importante naquele momento.
Larguei a tua mão e corri… sorri e chamei-te. Tu correste para mim, e conseguis-te apanhar-me… tínhamos chegado ao nosso cantinho…mais uns segundos se passaram sem nenhuma palavra dita, ficamos abraçados a olhar aquela paisagem… linda! Acho que estava tudo a brilhar! Cheio de cor e alegria! Beijaste-me o pescoço, voltei-me para ti e olhei-te nos olhos e voltei a sorrir… deitei-me e logo de seguida deitaste-te sobre mim… durante um tempo aquele canto voltou a ser nosso. As nossa juras de sangue e suor voltaram… os nossos cheiros confundiam-se… do toque voltava a nascer a nossa ilusão e sem qualquer receio ou pudor rasgavas a minha roupa, passeavas teu cheiro no meu corpo…sentia teus lábios, teu toque, sentia o bater do teu coração, e sem qualquer receio seguimos os nossos sentimentos…
Após o prazer ficámos mudos, olhei para o meu lado e olhei para ti sem saber se seria só por uma noite…

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

antes da partida...


Sabes o quanto te amei…não foram precisas palavras, chegaram pequenos gestos e as nossas pequenas trocas. Estes meses passaram e tanta coisa aconteceu.
Hoje aqui estou eu; sentada num banco do nosso jardim, contemplando a lua que brilha sobre mim e a recordar os nosso momentos! Pequenos grandes momentos, onde as palavras quase não se ouviam, onde os cheiros se confundiam, onde dois corpos se uniam, onde sentia a tua respiração. Era aquele nosso momento, onde o mundo parecia parar para nós, onde parecia haver apenas o “nosso canto”; aquele canto mágico onde tudo podia acontecer… a lua brilhava só para nós; as flores pareciam não querer fechar e a magia pairava no ar… o primeiro toque, os nossos corações pareciam ter o mesmo batimento. O teu beijo, aquele beijo que guardarei toda a minha vida, esse fazia-me sentir a mulher mais feliz deste mundo; os toques cresciam os corpos se uniam…e tudo acontecia…
Ao amanhecer acordava e via os teus olhos que me olhavam e tu, com aquele sorriso lindo e os olhos a brilhar… e ficávamos assim, apenas contemplando um ao outro…e por mim ficávamos assim para sempre
Mas tenho de partir…o meu coração não quer mas a minha cabeça diz que é o melhor… porque há paixões que nasceram para serem separados… o meu amor continua …não te vejo, não te toco, mas ainda te sinto…
Espero que nunca te esqueças de mim, nem dos nossos momentos. E não penses que te deixei de amar, mas tenho de partir…por cobardia talvez…e também com medo de falhar…
Amo-te,
Sofia

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

É nesta vida...


É nesta vida…
Onde tudo se transforma e nada se ignora… onde tudo parece ser e nada o é… onde tudo se junta e tudo se separa… onde tudo se quer e nada se tem… onde há dor e há prazer… onde há a noite e o amanhecer… onde há a ilusão e a realidade… onde há a morte e a eternidade…onde há um “eu” e um “tu”…
E é nesta vida em que vivo, vivo e sobrevivo. Por vezes, sem rumo ou direcção; por vezes somente na ilusão. Ilusão essa, que tanto me dá força como me deixa mal… cruel? Essa é a dura realidade que tenho de viver.
Mas tenho de tentar deixar esta ilusão … vou tentar esquecer-te…
Será melhor? Não sei… mas deverá ser o que tem de ser feito… não te promete esquecer, mas prometo que sempre te irei recordar!